Que momento interessante para discutir assuntos da coroa, liderança, status, homens dominantes, imagens do Ser e todas aquelas coisas que vêm de nossa bravura e nosso ego. Com o coronavírus nos prendendo, nos mostrando que são necessárias novas maneiras de lidar com a realidade e nos apresentar ao mundo, devemos pensar no simbolismo dessa constelação e quais podem ser suas mensagens.
Constelação no Círculo Zodiacal
Corona Borealis ou “A Coroa do Norte” é uma constelação situada na atmosfera celeste setentrional, cobrindo a maior parte de Escorpião, começando com seu 3º grau. Com o início de 2020, Marte tocou o final desta constelação, colocando um forte acento na linha de chegada de todas as histórias conectadas. Existem sete estrelas encarregadas de formar sua forma distinta de coroa e as duas mais brilhantes são observadas no 9º e 12º grau de Escorpião. O tempo mostrará que toda a pandemia de alguma forma dá pistas mais brilhantes e afeta intensamente pessoas com pontos pessoais, ângulos, a Lua ou planetas rápidos nesses graus ou no aspecto exato de pontos pessoais com eles.
Nessa nota, é interessante observar o horóscopo de Ano Novo para Wuhan, China, onde a Lua foi encontrada no 12º grau de Peixes, em trígono exato com Alphecca, a estrela mais brilhante da constelação, enquanto o Sol se forma um sextil com o segundo mais brilhante, Nusakan. O nome de sua estrela alfa, Alphecca, foi o nome dado primeiramente a toda a constelação pelos árabes e significa “separado” em referência ao cordão de joias que estão separadas umas das outras. Esse simbolismo provavelmente deve ser analisado um pouco mais, pois estamos sendo fisicamente separados uns dos outros pela pandemia como o colar de joias, assim como estamos cobrindo nossos rostos como se nos conectamos com certas partes das tradições árabes.
O mito
O mito de Corona Borealis é principalmente o mito de Ariadne , a mulher que sacrificou a lealdade ao pai por amor e para ajudar a acabar com a vingança e as formas destrutivas de seu governo. O rei Minos de Creta, pai de Ariadne, descobriu que a retribuição adequada pelo assassinato de seu filho por assassinos desconhecidos era que a cidade de Atenas enviasse sete meninos e sete meninas a cada nove anos para alimentar o minotauro em um labirinto cuidadosamente construído. Teseu, destinado a ser o principal herói da história, se ofereceu para ir como um dos jovens quando chegou a hora do terceiro ciclo de sacrifício, com a intenção de parar o horror e derrotar o monstro. Ao chegar a Creta, Ariadne se apaixonou por ele e, para salvar sua vida no labirinto construído para quem entra nunca mais voltar, ela lhe deu um novelo de linha. Ela disse a ele para amarrar uma ponta do barbante na entrada do labirinto para que ele sempre pudesse seguir sua trilha de volta e sair. Usando sua espada escondida (ou por versões alternativas uma espada mágica também recebida de Ariadne), ele matou o minotauro e encerrou anos de pânico e medo governados pela vingança de seu pai. Esta parte do mito é uma imagem óbvia de Marte alcançando sua exaltação em Capricórnio, com o passo inicial sendo conectado ao destino por uma linha lógica que nos dá o conhecimento necessário para retornar ao mundo dos vivos quando lidamos com bravura nossos demônios internos mortais (Saturno).
Em troca de seus atos amorosos e sua ajuda, Ariadne se tornaria sua esposa, mas em vez disso ele a deixou em uma ilha e partiu enquanto ela dormia. Existem várias interpretações e razões para esse abandono, sendo uma delas o medo de Dioniso que queria Ariadne para si, e a outra que Teseu viu uma mulher de quem mais gostou e decidiu velejar com ela. Seja qual for o caso, o amor físico e humano foi tirado dela e ela foi tomada como certa, usada e de certa forma um dano colateral, repudiada e abandonada, para fazer a única conexão possível depois – com Deus e Netuno. É aqui que ela recebe uma coroa de Afrodite como presente para seu casamento com Dionísio, e a coroa é embutida nas estrelas para significar seu amor eterno (Divino) que cura todas as feridas da interação humana básica e ingrata e do contato físico instintivo.
Além disso, Teseu acaba casado com sua irmã, mas nunca encontra a felicidade em seus relacionamentos e vida amorosa, enquanto ela é coroada e glorificada pelos deuses, como merecia desde o início.
Interpretações e significado
Esta é uma história de energia dada e recebida, reunida em ciclos de carma que devem ser retribuídos, à medida que as histórias retornam ao seu início, a vingança é tomada, o amor é devolvido, as sombras são superadas e nossas lutas heróicas internas podem nos torna insensíveis aos outros. É também uma história sobre culpa e abandono, promessas que não foram respeitadas, medos, formas destrutivas da humanidade e sacrifícios que não precisam mais ser feitos quando o amor nos dá ferramentas para lidar com nossas sombras e sair do nosso labirinto. . Principalmente, esta é uma história sobre gratidão e amor incondicional, onde a mão do indivíduo amoroso tem o poder de proteger, salvar e abrir caminho através das questões mais complicadas e perigosas. Mesmo que as expectativas de Ariadne não tenham sido atendidas, e ela aparentemente não recebeu nada em troca do homem que amava, ela é coroada pelos deuses e recompensada pelas mais altas autoridades como aquela que merece ser feliz. Ela escolheu seguir seu coração e ter fé absoluta naquele que amava, e isso lhe rendeu uma coroa quando essa fé foi ampliada para se conectar com o Divino.
Tenha em mente que o ato heróico do masculino, onde Teseu derrota a fera devoradora de jovens, não é nenhuma promessa de dignidade e respeito ao feminino. Sem suas emoções e decisões contra sua própria linhagem familiar, sua busca não teria sido possível. É a fé dela nele que lhe dá tudo o que ele precisa para a batalha e, no entanto, ele a deu como certa apenas para seguir em frente e deixá-la sem nem mesmo dizer adeus. Ele pode ser o herói, mas ela é quem está usando a coroa, e é exatamente aí que as coisas se tornam difíceis de interpretar diante de nossas circunstâncias atuais.
O Ciclo e a Pandemia
A conexão de nossa pandemia em andamento com essa constelação e o mito é forte. O tipo de vírus com seu nome como a bandeira vermelha diante de nós, parece ser o mensageiro para falar de traições invisíveis, questões que exigem amor sobre o ego e feminino sobre masculino para que o amor prevaleça. A verdadeira vitória que merece maior coroamento não está na luta de Teseu com o minotauro (embora necessária e heróica em seu âmago), mas em atos amorosos do feminino que cede, compreensão, fé e devoção ao outro. O altruísmo é recompensado e vitorioso e nenhuma busca por status ou posição será frutífera se não houver contato com outros humanos e responsabilidade para com aqueles que nos amam e abrem mão de sua lealdade apenas para nos manter. É o nosso bilhete para sair dos labirintos confusos e dos nossos próprios monstros interiores.
A derrota do Minotauro após 27 anos de seus hábitos devoradores desagradáveis é uma parte relevante da história que cada um de nós atualmente tem uma tarefa a desenrolar. Estamos diante do nosso lado instintivo, aquele que vai contra nossa criança interior, faminto, com medo e complicado. É a raiz do medo existencial que vem da vingança e do nosso medo da perda. É também um sinal de que nossas sombras foram libertadas, reconhecidas e derrotadas com presentes de amor. Devemos cumprir nossas promessas, ver a doação incondicional e o preço que devemos pagar para nos tornarmos felizes.
Curiosamente, exatamente 27 anos atrás, em abril e maio, tivemos uma síndrome pulmonar por Hantavírus recém-descoberta que tirou algumas vidas nos Estados Unidos. Em 23 de abril daquele mesmo ano, a OMS declarou a tuberculose uma emergência global. Respeitando o ciclo, 9 anos depois, em novembro, começa a epidemia de SARS na China. À medida que os próximos 9 anos passam, 2011 traz outros assuntos da Lua (o chakra do coração) para focar por inundações excessivas na Tailândia, Camboja, Paquistão, Filipinas, bem como o terremoto no Japão que levou a inúmeras mortes e alertas de tsunami em 50 países. Este foi o terremoto mais poderoso registrado no Japão e o quarto em todo o mundo desde que os registros começaram.
Antes de todo este ciclo, em 1984 não veremos sinais de propagação intensos e mundanos para questões semelhantes. Isso traz uma sensação de facilidade, pois significa que o ciclo terminou e será superado e se foi para sempre. Por outro lado, devemos nos perguntar o que trouxe a ira de deuses, autoridades e figuras paternas de todos os tipos para levar a esse ponto de instabilidade física e econômica. Onde estava a raiva enterrada e qual situação bélica ou mortal na década de 1990 levou a um ciclo tão extenso a se encerrar agora, com o retorno de Saturno ao seu justo governo ao lado de Plutão, o coletor de vidas? Quem guardou segredos e quem se vingou nesse meio tempo?
Impacto pessoal e responsabilidade de Ariadne
Observe os anos também no plano pessoal, especialmente se houver uma forte conexão do seu mapa natal com essa constelação. Todos nós damos nossa parte da atmosfera coletiva e você pode observar a presença do tema em sua vida, juntamente com seu quinhão de responsabilidade singular dentro do fluxo coletivo. Obviamente, é hora de perdoar, voltar-se para o trabalho espiritual em vez de guardar rancor ou cortar aqueles que nunca pessoalmente nos fizeram mal. As dívidas podem não ser pagas e, no entanto, o Universo cuida dos seus e cobra em um nível superior. Os reis podem ser reis, mas não ficarão felizes se forem vingativos ou ingratos, e todos somos desafiados a buscar gratidão por aqueles que nunca tiveram que ficar ao nosso lado contra suas famílias, círculos sociais e seu sistema, mas ainda nos amaram o suficiente escolher fazê-lo.
Por outro lado, esta é uma história de amor condicionado que deve superar seu estado de vitimização e encontrar paz em contato com o Divino. Gostemos ou não, Ariadne teve sua parcela de responsabilidade em expectativas, codependência e laços com o homem que não é digno dela, mas apenas uma ferramenta para acabar com algumas sombras familiares profundamente enraizadas. Ela pode ter sacrificado tudo o que conhecia para ajudá-lo, mas ele a libertou das ações demoníacas de seu pai e a levou para Deus. Sim, a gratidão vai nos dois sentidos, mesmo que não consigamos vê-la no início, e sim, a verdadeira felicidade só é encontrada se acreditarmos no invisível, no impossível e na parte espiritual de nosso núcleo emocional ferido.
Acima de tudo, esta parece ser a nossa oportunidade de ver o imenso valor do que damos ao coletivo ao derrotar nossos demônios e agradecer ao nosso guerreiro interior por suas lutas, tanto quanto à nossa força feminina sair dos padrões da nossa linhagem familiar. É uma chance de não ser uma vítima e não ser ingrato ao Eu, optando por não deixar nosso lado vulnerável para trás desta vez. Reúna-se com você, pois é disso que trata a mensagem da Corona Borealis, pois todo o amor que você tem não depende de outra pessoa além de você. Mergulhe, respire e permita que as emoções deem força à fé, enquanto agradece ao masculino você por seu poder efetivo de cortar o que foi destrutivo ou contaminado pela raiva ao ponto da injustiça.
Com tudo isso dito, tenha em mente que nosso homem interior não se tornará uma mulher, assim como nossa mulher interior não se tornará um homem. Tudo o que podemos fazer é dar-lhes respeito mútuo e gratidão suficientes para trabalharem juntos por uma causa maior. Ariadne pode ter sido guiada pelo amor por um único homem, mas ela foi guiada para acabar com os horrores da injustiça e vingança em seu caminho para Deus. Embora esperemos muito de nossas histórias de amor terrenas e de nossos parceiros, elas podem ser apenas ferramentas para uma cura muito maior em nossa árvore genealógica e nos caminhos do mundo. As expectativas dos outros devem ser reduzidas, pois somos todos apenas humanos, mas as expectativas gerais devem ser altas quando se trata de alegria que vem em seu caminho se nos comprometermos a amar e ajudar os outros desinteressadamente, não importa a lealdade aos feridos que vamos perder pelo caminho.